quinta-feira, 5 de maio de 2011



OBRA INVERSA


Está chovendo lá fora, como há dias não chovia
A água corre tão devagar no chão, como uma folha caindo ao vento
Aqui dentro sou só eu e o pincel, tentando recriar nossas histórias
É incrível, pois antes o barulho dos pingos de chuva me acalmava
Sem você ouço apenas zumbidos, sequer consigo me lembrar.
Essas águas agora me prendem como uma forca, me sufocam
Meus pés ficam tão frios e minhas mãos suadas, impossível compreender
O barulho dos trovões me acalma, me atraio pelos raios, uma confusão...
Está tudo inverso, ao contrário, como se o mal fosse muito bom
Você deveria ter ido após esta chuva
E eu terminaria de pintar o nosso conto.

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