terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


PARAGUAIA EVANESCENTE


Cá estou em Assunção

Sentado a uma mesa peço mais uma dose

Traz-me o garçom uma garrafa e um copo

Havia ele de saber que a noite seria longa

Em meio a pessoas, copos e fumaça de cigarros, no salão ela surgiu

Cabelos negros banhando seus ombros

Vestido vermelho decotando seus atributos

E como eu haveria de esquecer as suas belas pernas...

Tinha uma pele rubra e morena, típica latina

Antes mesmo de vê-la ela já teria encontrado meu olhar

Com maestria tocava o piano, era a estrela da noite

Agora fixada em minha direção

Seu olhar me seduzia, tão quanto suas pernas

Possuía olhos grandes, cílios marcados, íris impecável

Intervalos de musicas marcados por doses de bom uísque

Continuei a afogar as mágoas em um scotch 1930

Num relance a perdi de vista, já não estava mais ao piano

Custei a acreditar que a tinha perdido, esfreguei os olhos

Lá estava ela, agora encostada ao balcão da taverna

Olhou-me, disfarçando em parte

Tomou um último gole e veio somente a mim

- Ei! Acorda! Já estamos fechando o estabelecimento.

Nunca me esquecerei dela, a paraguaia que habitou meus delírios.

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