PARAGUAIA EVANESCENTE
Cá estou em Assunção
Sentado a uma mesa peço mais uma dose
Traz-me o garçom uma garrafa e um copo
Havia ele de saber que a noite seria longa
Em meio a pessoas, copos e fumaça de cigarros, no salão ela surgiu
Cabelos negros banhando seus ombros
Vestido vermelho decotando seus atributos
E como eu haveria de esquecer as suas belas pernas...
Tinha uma pele rubra e morena, típica latina
Antes mesmo de vê-la ela já teria encontrado meu olhar
Com maestria tocava o piano, era a estrela da noite
Agora fixada em minha direção
Seu olhar me seduzia, tão quanto suas pernas
Possuía olhos grandes, cílios marcados, íris impecável
Intervalos de musicas marcados por doses de bom uísque
Continuei a afogar as mágoas em um scotch 1930
Num relance a perdi de vista, já não estava mais ao piano
Custei a acreditar que a tinha perdido, esfreguei os olhos
Lá estava ela, agora encostada ao balcão da taverna
Olhou-me, disfarçando em parte
Tomou um último gole e veio somente a mim
- Ei! Acorda! Já estamos fechando o estabelecimento.
Nunca me esquecerei dela, a paraguaia que habitou meus delírios.
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