domingo, 25 de agosto de 2013


O ÚLTIMO DIA

Hoje fiz velório
De um sentimento simplório
Que, feito pólvora
Deixou seu rastro
No caminho
Que, feito romeiro
Continuarei a seguir.
Mais tarde veio o enterro
Três pares de terra
E um defunto no fundo.
Não sou eu
Não sois vós
É aquilo que estava no meio
Que, feito um muro
Separou o que era um só.
E, agora em luto
Deparo-me num silêncio
Um silêncio absoluto.
Roubou as minhas rimas
Roubou a minha fala
De cinza pintou o céu
Para que eu fosse grande
Para que eu fosse forte
Para que o azul fosse descoberta
Para que o branco fosse arte
Para que as cinzas
Que guarde, à parte
Virassem memórias
Virassem diário
Dilema de um poeta
Confesso a si, vigário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário